AGUILHOADA
Quando a vida
Me perguntou
Eu disse: viverei
Até te ver velha e morta,
Porém não me verás
De cabelos caídos,
O passo enquadrado,
A boca Ditadura
Dentadura dura
A ranzinzar coaxos,
Sou velho desde já
Com meus poemas
Quadrados desencontrados,
Desordenados e casmurros.
Não acredito em nada,
Só na luz do luar,
No mar de água e ar,
Nunca fiz questão
de me encontrar.
Então não me pergunte
Que não vivo nem existo,
Logo não morro.
Não estarei em risos,
Sequer me conheces,
onde habito o nada chega.
Não arrisco, sou o risco
O traço, torto, escasso
Malquisto, todo destoar
É eu cá e tu lá!