Diante do Espelho
O que te faz pensar
Que desta vez será diferente?
Você depende de se sentir reconhecido
Para conseguir alterar
A realidade, logo podemos invalidar
A vez que transformou água em vinho
Quando o mundo era mais bonito
E, no fundo, não se sentia sozinho
Seus problemas somente queimaram
Pelo calor da paixão e eu sei
Que nunca irá se tornar independente
Quando você quer afundar somente
Para negligenciando o mundo
Possa ser o gênio amado por tantos
Nos lugares que não frequenta mais
Sorrindo e validando sua alma
Com pessoas que se importam com você
Eu sei bem o peso de acordar
E não encontrar a realidade que eu queria ser
Mas o mundo não é feito para desistir
Pois se eu não me levantar com meus próprios pés
A minha voz será sempre um sussurro
De lamentos do que poderia ser
Não me esqueci da pessoa que me fez mudar
Mas não é possível depender dos outros para lutar
Mesmo debaixo da chuva devo encontrar
O que com o calor da felicidade
Eu era capaz de me tornar
Mesmo que eu me sinta sozinho e vazio
Não posso simplesmente me abaixar em prantos
Somente porque novamente tenho que aprender
O que para mim serve como um sonho que vale a pena morrer
Pois somente preparado para encarar a morte
Encontro na existência o que vale a pena viver
Mas não há tempo, ele está passando
E de fato acabando ele está
Ao buscar soluções e não agir
Você nunca vai mudar
Como uma estátua de angústia a se torturar
Por cada passo não dado e planos para se iniciar
Não adianta dizer que não está face a face
Com a batalha da sua vida e não para de apanhar
Para incertezas e pessoas moralmente questionáveis
Que você defenderia com sua existência, mas não pode confiar
Mais um alimento calórico, mais um cigarro para queimar
As frustrações de sua própria vida e consequências
De cada golpe de realidade no seu queixo
Mas lembre-se que se cair mais uma vez
Não há como você levantar
Não tente me convencer que eu não consigo lutar
Sim, sempre comparei meu sofrimento com quem caber
No papel de desafio superado de uma guerra de maiores proporções
Mas talvez agora aprendi a não comparar
Sabendo que não sou inferior a ninguém
Por mais pretensioso e orgulhoso o discurso possa ser
Mas não sou tolo para ignorar que perdi o controle
Mas encaro você olho no olho e eu sei que posso outra vez
Vencer o vício e a compulsão
Não caí tanto que não possa voltar a enfrentar
Cada dia não como um leão, mas como uma quimera
De pesadelos e arrependimentos e encarar
Novamente o espelho com orgulho se puder começar
Apenas preciso do primeiro passo para organizar
Por em cada dossiê os pesadelos correspondentes a cada trauma
E guardar cada faca que tomei nas costas junto das evidências
Do que deixar de fazer e ao arquivar abrir espaço
Para começar a mudar
Eu não sou nenhum covarde e ainda não caí na lona
Encontrarei o meio de reunir o meu eu
A imagem positiva que construí com tanto esforço
E o vilão que quer me sabotar que me dói admitir
Que é um pedaço da existência que sempre esteve aqui
Apenas negligenciei ser algo meu