LOUCURA poética de um poeta louco



No deserto frígido em que se encontra
entornado em coágulos de suor e sangue
ouve, o poeta, ao derredor, vozes 
voluptuosas
enquanto à distância sinos repicam trazendo-lhe sonhos longínquos, inalcançáveis
quanto daquela solitária águia no alto a revoar... 
Feliz quem como ela consegue voar!...

À  deriva, esbarra no ermo dos sonhos loucos
e dos desejos não saciados a lhe martirizar...
Neste assossego, desassossegado
se recolhe para mais uma noite insone
transubstanciado,
aguardando o novo sol que nem sabe se virá...


PS.:  Do meu perfil anterior, há cinco anos, inspirado em um texto do poeta Gilberto Oliveira. 
 
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 06/06/2022
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