Raio / poesia marginal
Um raio em mim
E a luz se faz noite
O que diria o céu em seu brilho
se seu filho fosse um afã de escolhas
e escolhesse a bolha da solidão?
Talvez a paixão ficasse inquieta
e a lua quieta em seu canto
chamasse o sol pra secar meu pranto
a decolar a lábia que o lábio cola
como uma bala de goma
que está em coma embaixo da língua
e saltasse como uma íngua
a difundir o que o grão míngua
perdido na boca do estômago
à busca do mascavo
que mascaro
para não perder a roda
que roseia em mim
tonta a sorrir pra sortilégios
endereço que a solidão chama
pra conter a chama que me chama pra perto de quem me quer por perto
tão perto qto o chão aberto