Insana
Sou um pouco insana e vejo pouca sanidade
Mas é loucura interna que não me tira serenidade
E ela já não me chama porque eu vou por vontade
Voar sobre esta vida mundana e toda sua complexidade
Não me perco no vento porque sou a tempestade
Por isso ando ao seu sabor lento sem a racionalidade
Tentando no meio da chuva ver uma oportunidade
Para voar numa direção que me suscite afinidade
Não tenho medo da loucura, para dizer a verdade
Quem me assusta são os limitados pela normalidade
E como vivem agarrados á suposta dignidade
Que constantemente mancham sem a tal cordialidade
Por isso, prefiro ir voando e criando atividade
Que me inspira e elabora a minha mentalidade
Sempre com simplicidade mas nunca sem qualidade
E se me perco é porque encontro alguma liberdade
Não espero a salvação de um santo ou entidade
E a loucura nem pede cura porque é uma unidade
Do meu ser, no seu estado puro e sua integridade
Que nunca se deu ao luxo de voar só por vaidade.