Chama

Paro diante de seus olhos.

São olhos certos,

Convictos e sem pestanejo;

Brilhantes, escuros.

Parece me esperar dizer

O que, de pronto,

Não imaginaria ser real;

Então, sua boca me percorre

Tão intensa feito o aparecer

Da lua em pleno oceano;

Marca seus dedos sobre o meu colo,

Aprisionando-os, tem vez,

Em meu cabelo.

Eu rio... Eu rio...

E, de novo, me calo no seu beijo.