Mais um e outro Carnaval

Carnaval

marionetes mareadas

esquinas veladas

velozes volúpias

veludosas vestes

e sanhas.

Noite regressa

sentido inexistente

na mesa de Umbanda

vozes que não reconheço

aqui.

Carnaval

nas areias distantes

carnes pulsantes

azuis de prata

na pele mastigada

do passado.

A mulher na porta

da loja

onde passo zunindo

na estrada asfalto

é nada

e vaga

neste outono

lusco fusco

de sempre

azedo regresso

arremesso

arremedo

império absconso

na floresta perdida

de seus cabelos

debaixo

que não conheço

ainda

a cândida.

Canta faminta

oferece

seu Carnaval

junto ao meu

junto ao Mal

e parco

azul metálico da vitória.

Cegueira

cantigas, álcool e mel.

Sempre outros.

Gleidson Riff
Enviado por Gleidson Riff em 13/02/2020
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