Mais um e outro Carnaval
Carnaval
marionetes mareadas
esquinas veladas
velozes volúpias
veludosas vestes
e sanhas.
Noite regressa
sentido inexistente
na mesa de Umbanda
vozes que não reconheço
aqui.
Carnaval
nas areias distantes
carnes pulsantes
azuis de prata
na pele mastigada
do passado.
A mulher na porta
da loja
onde passo zunindo
na estrada asfalto
é nada
e vaga
neste outono
lusco fusco
de sempre
azedo regresso
arremesso
arremedo
império absconso
na floresta perdida
de seus cabelos
debaixo
que não conheço
ainda
a cândida.
Canta faminta
oferece
seu Carnaval
junto ao meu
junto ao Mal
e parco
azul metálico da vitória.
Cegueira
cantigas, álcool e mel.
Sempre outros.