Sem Direção
Na sombra da noite que me acompanha
Perdura a solidão que me abraça
As trevas que aqui nasceu desnaturada
Traz o frio e o calafrio nos meus poros
Quando ainda desasnado
Meu olhar se perde no meio das sombras
O ar gélido passando pelas minhas narinas
Levando o deplorável ao meu âmago
E na balbúrdia dos meus pensamentos
O mal reina e me controla
O profícuo se desvia das minhas orações
Destinadas ao meu infausto coração
Que procura o campo de rosas perfeitas
Apartadas dos espinhos danosos
Distante eu já sinto a lua cinza dos meus olhos
Olhos negros e mui secos
Sem a chuva que purifica meu espírito
Acumulando escassez da minha alma
Afoito sem coragem
Ábdito das margens
Os frutos iminentes da alma
Estão a nascer aos espinhos
E colherei-os com mãos de sangue
Até saciar-me da fome
E curar-me da maldição em minha mente