Sem Direção

Na sombra da noite que me acompanha

Perdura a solidão que me abraça

As trevas que aqui nasceu desnaturada

Traz o frio e o calafrio nos meus poros

Quando ainda desasnado

Meu olhar se perde no meio das sombras

O ar gélido passando pelas minhas narinas

Levando o deplorável ao meu âmago

E na balbúrdia dos meus pensamentos

O mal reina e me controla

O profícuo se desvia das minhas orações

Destinadas ao meu infausto coração

Que procura o campo de rosas perfeitas

Apartadas dos espinhos danosos

Distante eu já sinto a lua cinza dos meus olhos

Olhos negros e mui secos

Sem a chuva que purifica meu espírito

Acumulando escassez da minha alma

Afoito sem coragem

Ábdito das margens

Os frutos iminentes da alma

Estão a nascer aos espinhos

E colherei-os com mãos de sangue

Até saciar-me da fome

E curar-me da maldição em minha mente

Samuel Oliveira da Costa
Enviado por Samuel Oliveira da Costa em 06/09/2019
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