Existindo
São mais que vibrações,
Simplesmente mais que sensações.
Algo extraordinário acontece
Quando ligo o som,
Passando pro papel
Algo que uns chamam de dom.
No meu interior faço contradição,
Comprovando que é tudo por ambição,
Estaria eu levando - me
À minha própria perdição?
Só consigo usufruir
De uma coisa bela,
Aos poucos deixou minha mente lenta,
Consciência tão densa.
Agora para e pensa...
Estou de outono em outono,
Com medos destruindo meus sonhos,
Com demônios tirando meu sono!
Não pude perceber
Que me tornei tudo
O que jurei jamais ser.
Olhando no espelho, me vejo à desaparecer.
Eu me consumi,
Eu mesmo me destruí.
Sem qualquer chance de reparo,
Meu coração se resume à retalhos,
Com um soco,
Pressão subindo e eu não aguentando meu estouro.
Ninguém imagina o tamanho do sufoco,
Sobreviver à um doente...
Que vive em minha mente!
Eu fui meu cordeiro,
Fui meu salvador,
Causei dano
A meus próprios planos.
Causei destruição
Onde eu via esperança e salvação.
Fui meu júri;
Meu réu,
Meu anjo e meu demônio
Queimando igual papel!
Uma mão me puxa,
Enquanto outra me derruba,
E por mais que tente levantar, sempre machuca.
E por meu próprio ser,
Eu amo sentir essa dor!