Eis aqui poemas industriais.

Sonhei uma arquitetura ideal
onde as rimas se encaixam
naturalmente aos sentimentos.
Que vão se deitar ao pôr do sol.

Tornei-me expert em ler almas
e decifrar espíritos
vagantes

Estamos a mercê do ciclo
constante de mudanças e ventos.

Há primaveras sem flores.
Há flores de plástico
Há emoções descartáveis
Há fúrias fingidas

É uma indignação estarrecida
Pois não conseguimos
sensibilizr o outro.

Os poemas automáticos
que surgem em série
com a numeração raspada.
A erosão do tempo
danifica a pele e os corpos

Envelhecemos e não ficamos sábios.
Ainda buscamos algo
que nem sabemos o quê

Quem foi que escreveu esse
script?

O poema se desfaz 
é final desconstruído
é um lego defeituoso 
que não se encaixa em nada

Há pontas inexplicáveis
O dodecardro traz apenas 
multifacetadas imagens.
Que traduzem personagens
fictícios e ambulantes.
Passageiros.

Personagens, perfis
e estereótipos.

O que você realmente
apresenta ao mundo?
Será mesmo você?
Não responda.
Apenas reflita.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 13/03/2018
Reeditado em 13/03/2018
Código do texto: T6278427
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