MEU CORPO EM PEDAÇO
Entrego em tuas mãos todo o meu ser, ó deus!
tens o poder, a vida, a realidade nas mãos,
chegou a hora da definição, da verdade nua,
absoluta, arrebata ou leva-me ao chão.
Defina-me em seu todo, em todo mal ou bem,
não deixe nada a desejar, nesta definição fatal,
não sei onde estou, só queria estar lá
onde os olhos brilham e as mãos se afagam.
Onde a vida tem vida, em um desejo visceral,
os lábios se encontram em uma fúria extrema,
o desejo se derrama aos olhos da cara
onde encontro o eu, a vida, o encantamento.
na penumbra os corpos se procuram,
as mãos se tocam suavemente ou em uma brutalidade mortal,
lá a alma é verdadeira, inteira, o corpo entrega-se ao extremo,
para que a alma encontre a luz sobre os escombros
do meu corpo em pedaço.