Não sou poeta
Por que não sou poeta?
Pois que, tu, amor, meu desassossego
No momento, no meio
Em quase tudo que vejo
No pretérito-mais-que-perfeito
Na lástima, no gozo
Atado entre de mim e outro
Prestes ao poço
Nós nós-cegos dos tantos relaços
No cansaço
No fogo, na hora do íntimo desgosto
Não fez bem ser poeta
Pois ao derredor
Na louca ideia de um sentir que desconheço
Tu, amor, meu desassossego
Não te vejo.