Maldar.

Ante o perpétuo sono,
a plástica criança soluça;
Ai, que já me lembro!
-
Chorei - se já não posso -
ardente e vivo, entumesci-me
com teu prado - à risonha
face do Diabo;

Pois se fosse com a coragem
milhando conhecer-te (em outra época
furtiva aos teus pés), atiraria-me
à flor-cascalho;

"Cândida!": estreou-me
um pobre pássaro, enquanto
o meto com pele na faixa
dos seios vazios:

"Como, um incômodo cigano?"
Gotejei astúrias nas curvas do sorriso
irônico, pois o épico doutor declara: "possuis
uma maldição inca!
"

-

O sangue habitante mal hesita
se na ciente névoa moribunda
(cavalgando os estalos do corcel),
encontra-se morta a mulher da
minha vida!

Una os traços, benfeitoria
vívida de existência!
Enquanto caminhas ao meu redor, estática,
sua palidez enverga o ombro;
Porquanto, se morresses hoje, bordaria à ti
um caminho - num ímpeto viscoso!
-
Pois o que me vale é o sono tramado no
tear das mãos e a ríspida convicção
do cálice: "Como em teu rosto e leito,
enxerto-me daqui com alguma vida, beirando
o pântano esmiuçado por cerejas
".
 
Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 30/10/2015
Código do texto: T5431828
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