Sentidos de um poeta
O poeta vê tudo
O poeta sente tudo
E transforma em absurdo
O néctar salgado
Na garganta ressecada
De uma boca imóvel
Numa cabeça quadrada
Sobre um pescoço sem ossos
Num corpo sem órgãos
Espalhado numa avenida
Sem margens.
O poeta vê tudo
O poeta sente tudo
E transforma em absurdo
O néctar salgado
Na garganta ressecada
De uma boca imóvel
Numa cabeça quadrada
Sobre um pescoço sem ossos
Num corpo sem órgãos
Espalhado numa avenida
Sem margens.