LOBA SOLITÁRIA

Entreguei meu amor para o mundo,

Assim deixei a paixão no istmo do passado,

Corroborei meu destino e obtive uma péssima perseverança.

Argui e decifrei a cantiga adversa do que pensava.

És a sombra que advém de sua saga mesquinha,

Por ser mal amada e deixada de lado por um ébrio pecador.

Cogito porque existo em forma e pensamento,

Carrego o tom e a pureza do amor.

O mundo me ouvirá, como disse um bom sábio,

A voz que clama no deserto é desperta pelo som de um uivar.

Que és tu oh loba solitária,

Animália de uma charrete que leva seu algoz,

Que é tão somente o rebento candente e sem voz,

Que tira seu sossego e arrebenta seu paladar com sua lábia.

Na mesquinhez que adere e cola seu intuito sem lembrança,

Fui seu homem e me disseste que me amava,

Mas o pecado do saber te retirou de órbita,

Agora só tens tão somente a estrada perdida e malfadada,

Que do nada tiraste a vontade de um ser delirante,

Por ser amante e natural da serventia que te fez e te faz,

Porém cumpro meu destino com honradez,

E espero a solidez de espirito que emana de sua aura cortez.

Nino Campos