Moral alto

Minhas racionalizações estão cansadas

Desgastadas

Cedendo lugar

Jogando a tolha

Úmidas demais para secar-me os olhos

Agarro-me a elas como um réu ao álibi

Como as bandas rasas de rodagem

Que se sucumbem à força centrífuga

As sinto de costas

Ausentes

Exauridas

E eu sem minhas únicas melhores amigas

Lanço mão da ironia

Do escárnio de mim

Como quem irradia

O seu próprio fim

Debato-me a tempo de me ver tentar

Enquanto lamento

Estar lá pra olhar

E neste passar sem tempo final

Sem dia e lugar

A vida é normal

É alta a moral