O som do sino

Surge o estalo disso ou daquilo,

Parte “Stalin” com o princípio de um novo;

A poesia e a guerra se encontram no inicio,

O precipício é o belo corte de adaga.

Ser visível é risível, já que se apaga

Se ficar retido na essência d’um ovo.

Todos se divertem assim na batalha:

As águas rubras surgem regando, passando,

Molham os pés e vão subindo aos joelhos;

Os coelhos saem das cartolas,

Voam sem rumo às cartas da mesa;

O público aplaude de pé a beleza

E a destreza do mágico mago de Angola.

A peleja fortaleceu o Bento e a Benta,

Amor que abaixa a mão, indo ao resguardo;

No apreço que se funde a compaixão

Faz do mundo elevação, redesenhado.

Submersos, todos reagem ao afogamento,

Já que as águas chegaram à cabeça.

Já sem limites, sem distinção,

A epiderme torna-se clara ou negra;

Sem rodeios, sem interlocução,

Vão se os “nãos” e ilumina-se o momento.

Somente só e dó dormente pó,

Ser e estar do outro lado.

Das ruinas ergueram-se castelos,

Tocaram as nuvens com suas altas torres;

Lá em cima não é sonho o som do sino,

Voa e ecoa para cá em baixo em desatino...

Mais agudo, abrupto, e mais agrado,

Mais afino, continuo e adorado.

André Anlub®

(5/9/14)

Site: poeteideser.blogspot.com