A linha tênue entre o ser e o não do ser
E no inverso do verso
Onde se desconstrói o universo,
No avesso do avesso do avesso
Onde nada se reconhece.
No lado oposto do direito
Onde não há sujeito
E todo predicado é suspeito;
Lugar que fica de fora
De onde não há o dentro;
Descentralizado, colado
Nas coisas que não têm centro,
Escuro,claro, penumbra...
E no canto da boca calada,
Que nada canta, canto mudo;
O absurdo sonoro, do trinar
Do silêncio agonizante;
Instante decadente,estrelas
Que ninguém percebe
Pois brilho não há que apareça.
Onde estaria eu se nada fosse
Criado para que fosse comparado
Com um ser que é muito mais
O não ser as outras coisas,
Do que na verdade o que ele é?
E agora José? E depois?
E antes do agora, entre o depois
E o instante seguinte que,
Jamais passaria se não fosse o tempo
Que na verdade não existe?