divagações gripadas de uma tarde cinza



Divagações gripadas de uma tarde cinza



o poema já nasce vadio com os dedos do poeta
subscrevendo-lhes a sina
ra ser ventilado por inúmeras pestanas,
pois a todas pertence, sem no entanto,
entregar-se em definitivo a alguém.

o poema é um menino de rua querendo abrigo
renegando o domínio de quem o gerou.
é uma prostituta beirando rua.
ede carona nos olhos de quem o ousam fitar.
permite assédios gratuitos às suas expostas curvas
para depois ser largado em abandono
no centro d’alguma alma suscetível
a ser atravessada por uma espada
perpendicular.
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 21/07/2014
Reeditado em 12/11/2014
Código do texto: T4890659
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