Parafraseando

No sopro frio da manhã celeste

Que bate em nossas peles e estremece

Não esmorece, mas cresce no leste

O Sol da alegria que não anoitece nem esmaece.

Vale o baile da noite que não se esquece,

Da estrela luminosa que não esmorece

Nem a flor vívida que lhe emudece

E lhe aparece alegria que não escurece nem esmaece.

Na dança emudece,

Com os corpos chocados que transparece,

Enamora o calor que nos bate e enlouquece

Encarece o momento e carece da loucura que não esmorece

E torna-se alegria que não anoitece nem esmaece.

Como Castro num sonho que acorda e entristece,

Que sonha na messe que enlourece a quermesse,

E a morena que rola e enlouquece;

Mas tem alegria que não escurece nem esmaece.

Acontece que nem na quermesse.

Nos enlouquece, mas não entristece,

Nem esmorece, mas aquece,

Com o Sol da alegria que não anoitece nem esmaece.

Mas aqui realidade parece

Nem sonho nem devaneio nos enlouquece,

Nem aquece ou esmorece,

O que aquece é a alegria que não escurece nem esmaece.

E os seus lábios que os meus umedece

E o abraço que meu peito te aquece

Isso me faz perguntar se merece

A luz alegre que não anoitece nem esmaece.

No fim a noite aparece,

Enlouquece e não enlourece,

E se eu a ti não viesse?

E o Sol da alegria que não escurece nem esmaece?