Eu - Este Fractal
Eu - este fractal ilusório queimando todas as estruturas perante o
obsceno.
Eu - para limpar, para purgar, para varrer a eternidade e limar toda a
Vida.
Cego - esses homens de barro, divino sou e estou morrendo.
Eu - esta caixa de ódio infindo. Fero. Puro.
O pêndulo semi-preso ao centro de tudo.
Infecto as mentes com a ruína do contentamento.
Ah! Ácida fumaça de almas queimando!
Seria tudo isso uma anomalia? Sou eu inválido?
O que é Verdade?
Não feito para encarceramento; Eu imploro meu Nada.
A doença sobra a qual sussurram, é ela a razão de minhas falhas?
Eu vejo pelos olhos dos cegos,
Incerto do que é ser essa morte que espanto.
Imenso! Fanático pelas engrenagens que giram,
Raspando além de mim a incessante vontade de poeira!
Reintegração. Desintegração. Re-desintegração.
Convulsão. O universo morto empala o crepúsculo,
O Medo se alinha. Sádico eu, feito para devorar.
Desprezo, adoentado pelo fato da imortalidade não ser minha.
Uma lesma atravessando uma lâmina - dividindo-se a si mesma pela
locomoção.
Eu carrego o débil produto de deus
Rindo, encharcado na bile dos milhões
De mastigadores da pungente carne da coroa da criação!
O esplendor da solidão é rivalizado pelo
Odor predominante do vômito preto.
Dissimulando os pútridos olhos das massas
A tensão para o Fim aumenta.
Transportando-me entre mundos de caos, ao caos, para o caos,
Eu devoro esse infértil esterco da criação. Estéril, redenção
Completamente rançosa. Virótica deterioração da fé.
Sacrilégio em persona. Verdade fundamentalmente contorcida,
Testemunha para a selvageria carnal.
Frenesi de animosidade, desejo por mutilação.
Devaneio dominante dentre os que cultuam e adoram
O doentio e a degeneração se espalha.
Eu - o niilista, jamais lunático,
Guiando meu ser divino de dúvida,
Obliterando toda a esperança de fuga.
Eu - soem os ecos do desprezo!
Milagres invertidos por definição, um reflexo da devastação.
Afogamento da vontade de violar, castrar
A poluição do propósito humano. Deus Ex Machina aguardando
O orgásmico, o esplêndido, o começo do fim!
Concepção do inconcebível.
Características adimensionais da Verdade.
Silêncio no centro do não-ser,
Desamarram-se os nós e tudo está livre.
A inércia de minha existência é óbvia.
Permutação de mundos chacinados.
Eu sozinho carregarei o firmamento.
Serei servo da Eternidade!
Finalmente progride-se. Surgimento da completa destruição,
Inversão do fluxo da vida.
Eu.