DIVAGAÇÃO
DIVAGAÇÃO
Em quase outro mundo
Numa manhã de nada
Ensolarada
Sem querer faz-se vagabundo
Música nos ouvidos
Não quer ouvir os ruídos do cotidiano
Tampouco tem importância o lá fora
Pouco valor tem seu juízo
Tudo continuará da mesma forma
O que importa além da porta
Pouco lhe importa
Prefere o caminho alienante
Não o preocupa o tempo
As previsões desacertadas
Em sua casamata
Ninguém penetra
Por enquanto
Pode ser cruel
Pode destilar fel
Pode amar quem quiser
Pode brochar sem medo
Pode ridicularizar outrem
Pode ser ser
Sem ser abduzido
Pelas forças do parecer
Ou do ter
Que movem um mundo
Lastreado na posse
Na novidade
Que envelhece
Num piscar de olhos
Num vive morre
Que mata de inutilidade