Quase um suspiro triste

E a neve derreteu:

foi-se à tarde naquele despovoado de ecos

suspenso num chão de tacos de pedras:

mostrando que sempre existirá a sangria.

O caos e o medo

mesmo em mistério

é qualquer imaginação.

Pois naquela mesma tarde

veio o escuro - escroto e escrito

na testa; no tiro; espinha.

Ensaiou um sorriso com o dia

estático, no canto da boca:

contato!

O dia queria gritar por todos os nomes

dos vivos; dos ventos

e loucos:

sabemos que ele derreteu a neve.

Solidão branca e gravida

gerou e errou:

o pai não a quer; a mãe corre a esmo

sobra os irmão, somente os irmãos

uns quaisquer.

Mão de mãe é sofrida e sortuda

e entendida de amor.

Segue no colorido na estrada

firme e forte caminhando em frio e calor:

povoará esse seco mundo

que a neve derreteu.

André Anlub

(26/2/14)