Caixa Musical

Tenho imensas memórias obscuras, guardadas na minha caixa de lembranças.

Se não as mantenho trancafiadas. Elas, constantemente, vêm me atormentar.

No final do livro há somente dedicatórias a inimigos.

Quem te estende à mão hoje, não pode, mas com certeza irá, apunhalá-lo mais tarde.

Minhas conversas nunca foram tão vazias, tão sem sentido.

Meu sorriso nunca foi tão vazio, sem cor...

Sempre será indescritível, indecifrável.

Uma flor nasce no mundo. Onde o próprio canta uma “ciranda” estranha

Uma rosa atinge a sua forma esplendida, virtuosa e viva.

Um caule no outro dia amanhece amassado, murcho no canto do asfalto.

Beira a vários carros que passam por ti em um “sol de meio dia”

Acaba assim, e vem o tão esperado fim.

Encerra por mim, por estes passos sobre o lajedo.

Bebeste, usaste, tragaste teu imensurável sobejo.

Lá vem a madrugada, a verdadeira, encerrada em um amargo beijo...

Álvaro França
Enviado por Álvaro França em 23/01/2014
Reeditado em 23/01/2014
Código do texto: T4662157
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