Homens de branco
 
Em ruínas tudo desfalece
Minha família chora em prece.
Buscando inatingível solução
Para o mais raivoso coração.
 
A abstinência me faz alucinar
Um desejo de a todos trucidar.
Os remédios ao meu alcance
Mas esse não é meu lance.
 
Na minha falta de lucidez
Misturo tudo outra vez.
Álcool, droga e comprimido
Entro por um caminho perdido.
 
Na volta de minha convulsão
Medo, ódio e corpo pelo chão.
Mente completamente ofuscada
Não vejo sentido em mais nada.
 
Prisioneiro de meu vício
Não creio mais em reinício.
Alimentando minha dependência
Caminho voraz para a demência.
 
Inimigo implacável tenho em mim
Eu, senhor tirano do meu fim.
Homens de branco a minha frente
Luto desesperado impotente.
 
Kennedy Pimenta