VIDA
VIDA
Vai-me o cão apostar corrida com o semáforo
E acelera no freio de uma inteligência adiáforo
Vê com os olhos do coração
O sangue eruir do teu irmão
Para selar-se na catatonia de sua lei em cinomose.
O progresso dá passos largos para o extermínio
O humano luze no covil do infausto tirocínio
Opera seus neurônios nas cabeças de sua fimose
E cansa seu peito nas lagrimas de nossos ataúdes.
Não há carteira de habilitação para dirigir a vida!
A literatura é o único exagero não nocivo às saúdes
E a educação, ainda lhe é servida como raticida.
Pergunto ao silencio se minha ignorância te ofende
E o medo, meu amigo, espanta a grã-besta duende
Cospe na genérica engenharia arcaica
Que até então, desusa sua massa incaica,...
Que inventa ogivas atômicas, flor da morte!
E rui nos óleos e fluidos de suas correntes
Para prender-se na paz dos hipossuficientes.
A existência,... Guerreia dentro de um carro forte
Quero andar na simplicidade dos meus fracassos
Pedalar meus ideais guiado somente pelas estrelas
Devagar chegar ao fim, bem seguro nos teus braços
Vida! Em suas faixas trafegarei, sem jamais rompê-las.
CHICO DE ARRUDA.