SINDICATO DOS CANALHAS.
SINDICATO DOS CANALHAS
Nas vendas dos vermes fraturo meus pensamentos
Com a fealdade dos absintos da raça humana
Que trafica bondade obrigatória e quotidiana
Na parafilia das igrejas dos fingimentos.
Com o corpo dartro dessas vilíssimas tatuagens
Estrangulo-me intracraniano ao coito dessas imagens
Que o homem, monumento da desgraça, cultua.
Nessa epifania, nada impede que se prostitua...
E busca a alquimia para sua perpetuação
Noctâmbulo, nos bordeis de uma moral rentável
E apoiado no catafalco de sua odienta razão
Para levar o parasita de seu gozo lamentável
Ao lar do infame exemplo hereditário.
O empirista tem a saúde de uma sanguessuga
E fala e cospe sua língua de verruga
Nos comícios blenorrágicos do seu sanitário
... A consciência necrófila de seu vírus.
Nem na vivissecção encontrar-te-á respeito
Pois para a hipocrisia não há antivírus
E mesmo que o amor levitasse do teu peito,...
Uivaria em esforço epilético, o suicídio dessas células.
A ganância sanguinária pelas cédulas
É o incesto donde nasce a vida doente que te valhas
E inda que morto, serás Cérbero no sindicato dos canalhas.
CHICO DE ARRUDA.