A DOR DE UMA ARTE

A DOR DE UMA ARTE

Meu corpo, templo do azar, tem seus idiomas

Ladra numa babel de ruídos arrítmicos

Sons da fadiga de abióticos materiais escrotos

É usina tirana que conquista dores novas

Agora o pulmão cansa nas retas de seus comas.

Sugiro aos dedos todas as forças dos tísicos

Para a mente panteísta expor, os seus arrotos

Silvar nas laudas da insânia, minhas desovas

Os uivos de um bardo com sarna na língua

Que faz o inventario de neurônios piolhentos

Com firma registrada no cartório da arrogância

... O ubuntu Sul Africano é um conceito sábio

Conquanto não usável por uma raça em íngua.

Testo todos os órgãos, os obsoletos, os violentos

E ao extremo os elevo! E os vermes têm ânsia

De mostrar o pus escorrer no canto do lábio

Nos efebos males de células em icterícia...

Nem sei qual deles é mais deletério

Acho que são gêmulas da mesma imperícia

Óvulos e espermatozóides destinados ao cemitério

E esse clã belígero dessa mixórdia que me rói

É um furdunço de dores que me amam

São as dádivas por sensos que me inflamam,...

Mas saibam, escrever é a arte que mais me dói.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 05/07/2013
Código do texto: T4372708
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.