Doses de Ilusão, Pureza e Paranoia
E no quarto... Conhecendo as minhas impressões,
Salivando meus desejos recalcados e salvando vidas.
Ao me levantar da cama, o sol se mostra o mesmo...
Leio e releio o meu novo roteiro,
Sabendo que as consequências serão diferentes.
Mas, mesmo assim, sigo em frente...
E não tenho clareza de nada...
Absorvo loucuras esparramadas pela escada.
Sinto a melodia me levando pra um compartimento intransitável...
Toda essa bagunça passeando sem destino... De certa forma, me seduzindo,
Enquanto a incerteza, implacavelmente palpável, extravasa sobre mim.
E estudo sobre esse fim...
E assim continuo não me vendo...
Rotineiramente, da insanidade, me partindo e me desfazendo...
Vivendo pensamentos dispersos que andam casados com a saudade...
Sentindo dores indolores ao viver o gosto da sua verdade.
Mas com o tempo, isso não me atrai mais...
E, então, esqueço desse passeio, desse momento insano, desse tudo...
Faço a barba, lavo o meu rosto, me olho...
Desfaço dos beijos, dos afagos impuros e lúbricos...
A playlist me apresenta outra canção,
E os pensamentos se mostram nulos...
O mundo, ao avesso, me reconstrói para uma estética arcaica,
Tal festa que não mais quero... Que, com um pulo, me despeço.
E no quarto... Conhecendo as minhas impressões,
Salivando meus desejos recalcados e salvando vidas...
Sentindo que a lua me mostrou o mesmo...
E de raiva, rasgo o roteiro no meio.
Pois estes momentos estão inalterados
E nessa condição, os porquês não são explicados...