Túmulos caiados

Consegui encaixar o meu primeiro lego,

Me supondo engenheiro da torre Eiffel;

Foi a poesia que gerou “ai se eu te pego”

E a verdade que engendrou o velho Noel...

Luisinho foi chorar a morte do Huguinho,

Vermes e barro eternizados em cristal;

O cacarejo dos coelhos e seu burburinho,

Atrai para o ninho o predador, Capital...

O ovelhês imperfeito num sotaque lupino,

A ganância compreende com perfeição;

Os sofistas acenam com melhor destino,

Para erigirem impérios com nossas mãos...

O medo da chuva fantasia com o Saara,

A coragem dos loucos parte as vidraças;

Erra a vergonha que despejada da cara,

Dorme esquecida nos bancos das praças...

Disparou o alarme, eu preciso cair fora,

A polícia do pensamento sairá à caça;

O sistema pensa por nós, o falar elabora,

Traz suas, “novas”, carcomidas de traças...

As múmias coroadas trancadas a chave,

Escolherão a vassoura pra esconder o lixo;

paixões hereditárias dirão, “não é grave”

Os túmulos caiados com tanto capricho...