CAIXÃO DA VIDA
CAIXÃO DA VIDA
Em num entrudo de pólvoras,... Farejei as cidades poluídas,...
Em catástrofes gentis vi a sombra da bomba, flor da morte
Cogumelo da fissão,... Encanto de humanidades destruídas
Pedaços de vidas, paz etílica! Olimpíadas de guerra é o esporte...
Corpos de Frankenstein nas passarelas,... Hospitais são façanhas!
Modernos zumbis da paraplegia, tripas e ossos sem anatomia.
Doenças laboratoriais lutam com a ciência que bate e rasgam entranhas
Convive no caixão da vida, seu lar! O aniquilamento está em harmonia.
A inteligência dos motosserras afronta uma natureza ignorante
Bicho de compaixões neandertais matéria prima de hospício...
A Terra sofre, fala conosco, chora, mas não detém nosso excrementício
É tanta saudade de sua solidão sideral, tempo, em que era brilhante...
Em que o sol e a lua eram o frontispício de uma consonância selvática.
Eu vi os animais abatendo os elefantes, marfins progressistas!
Filhos que desapropriam pais, os donos da terra são suas conquistas...
Também vi a varredura étnica num mundo rico de ternura fanática,...
E as crianças de Hiroshima e Nagasaki despelam na nossa filantropia.
Meus olhos, cegueira da mente, mente para uma resiliência em entropia
Caminha pela avenida de cruzes, onde lagrimas e adeuses águam o pó
Saudades de uma involução donde hoje temos tristezas em efeito dominó
Piranhas comem-nos de dentro pra fora é o cérebro anal que aflora!
Ressuscite a Terra antes dos homens, o fuão rei dos mercenários que deflora
Um dia o espaço não mais será nossos berçários,... Seremos enfeudado
E a vaidade do poder pseudo que explora, terá o amor de um ódio açudado.
CHICO DE ARRUDA.