Ensaio de Loucura

Palavras são palavras

O sentido infinito do nosso fim

E tão naturalmente partiremos

Discriminando o verso sentido

E continuamos a procura de um paraíso

Sem nos darmos conta de que o sonho é aqui

E de nada vale fugir

E mentindo nossas ilusões

Seguimos sem estilos

Todas as tintas foram ao chão

A tela retrata o desespero , O Grito

No sentimento surrealístico do pintor

A pena levitou a mão

Palavras jogadas no canto da parede

E tudo me parece impressionismo

A ampulheta nos levando pelas mãos

E sem sabermos partimos primeiro

Palavras são palavras

E tua boca cortou-me letalmente

Tua ponta afiada com sons perfurantes

Quase não controlo minha insanidade

Recorro ao amor dos olhos infantis

E mantenho o equilibrio tornando-me imiscível

Palavras são palavras

Flores germinam nos Outdoor

Flores me beijam e sugam meu néctar

Em minha realidade virtual

Nenhum som

Não há gemidos do vento

Ou o grito de pavor da chuva no telhado

Em minha realidade virtual

De imagens mudas

Sem gaivotas no cais

Ou de uma pedra lançada no lago escuro

Inaudivelmente o abstrato corroí

O silêncio natura nos diz sermos tão pequeninos

E por vezes a solidão nos protege

Quando vozes ecoam em nós

Palavras são palavras

Elas estão em todas as coisas

E fazem parte da nossa realidade escondida