FIM DO MUNDO
(Sócrates Di Lima)
Antes da meia noite adormeci,
Queria estar dormindo quando o fim chegasse,
Nunca acreditei, mas, a prudência conheci,
Então não queria ver se acontecesse.
Estava triste, porém, em mim,
sentia-me sozinho, não tinha ninguém para abraçar,
Mas, até nem me importei, fui eu quem quis assim,
Não me preocupei em estar só ao se acabar.
A noite foi longa, e poderia ser mais,
sem qualquer barulho, no entanto.
Nada que pudesse jamais,
Perturbar meu sono no meu canto.
Amanheci e o dia já se faz alto,
O Sol se levantou cedo e 'não me acordou,
Mas, uma coisa de sobressalto,
Hoje, 21, o verão chegou.
Não veio o fim do mundo,
Mas, veio a estação mais quente,
Senti algo profundo,
É a saudade que chega indiferente.
Saudade de um amor distante,
E que não para de me cutucar,
Mas, me faço indiferente,
Incosntante no meu pensar.
E que eu sinta saudade assim,
Já não importa mais,
O querer já se desligou de mim,
Mas, esta saudade motiva meus ais.
E se na tardia hora que o dia fará minha sorte,
Como o acaso sempre creuzou o meu caminho,
Quiçá na estrada do meu Norte,
Brotará um novo amanhecer no meu ninho.
Solto como folhas ao vento,
Como a chuva que corre dos olhos dos céus,
Disfarço e esquivo-me desse momento,
Mas, não é isto que querem os desejos meus.
Aqui minha vida segue normal,
Vivo meus momentos loucos na vida real,
Me encanto e desencanto na vida virtual,
Mas, o que me importa é que isto tudo pra mim é natural.
Sozinho como uma flor que brota no deserto,
procuro viver e compartilhar o meu momento,
Como flor ativa, viva, na luz do Sol, por certo,
Anoiteço e amanheço em contentamento.
Ah! que o dia está limpo e azulado,
Não vejo nada que venha me atingir profundo,
Quem chegou em mim foi o verão esperado,
A saudade mortal, mas, não o fim do mundo.