Coração de Porcelana
Tua frágil e débil existência,
Perdida nas sombras da solidão,
Morre perdendo toda essência
Que falece nos átrios do coração
Negra como a luz da palidez,
Teu caminho vai-se corroendo,
Com o aroma de embriaguez,
Ao teu seio segue escorrendo.
O sangue que pela rachadura,
Corre entre os dedos manchados
Vermelha, escarlate e pura,
Nos átrios dos sonhos lacerados
Como uma sombra solitária,
Sua vida traça um circulo interno,
Em sua projeção imaginária
Dentro de ti deságua o inferno!
A maré que lhe desata a blusa
Tocando tua alma ofegante,
É somente a dor tão obtusa
Imersa em seu subconsciente!
Um sorriso breve refletido,
Nesta aura ingênua se emana,
Que sibilante tem gemido
Em seu coração de porcelana