CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

Nos abismos de um campo-santo de loucura, vi o moço

Com o queixo em trismos, ergueu o braço expondo osso

As chagas em sânies, rodeado com as moscas da sua desgraça

A vida ia-se! Vi o alvor instalar-se nas rugas de uma pele escassa

À volta era terra morta, aliás,... Era a passarela da morte

Um desfile de sonâmbulos cadáveres que teimavam em viver

Uns eólicos esqueletos que planavam no riso de sua sorte

E que a tão sonhada liberdade ainda os faziam se locomover.

Acordei vestido no manjar das minhas lagrimas de aspeito vário

E com a alma sanguinolenta da infâmia de tal pesadelo,...

Afortunei o dia em que a raça humana desejará ser solitário.

Cedo o medo de tornar à cama e roto à minha indigestão psíquica

Para afogar em clorofórmio as insônias desse novelo

E ver que esses campos da agonia nasçam à humanidade pacífica.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 24/07/2012
Código do texto: T3795539
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