CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
Nos abismos de um campo-santo de loucura, vi o moço
Com o queixo em trismos, ergueu o braço expondo osso
As chagas em sânies, rodeado com as moscas da sua desgraça
A vida ia-se! Vi o alvor instalar-se nas rugas de uma pele escassa
À volta era terra morta, aliás,... Era a passarela da morte
Um desfile de sonâmbulos cadáveres que teimavam em viver
Uns eólicos esqueletos que planavam no riso de sua sorte
E que a tão sonhada liberdade ainda os faziam se locomover.
Acordei vestido no manjar das minhas lagrimas de aspeito vário
E com a alma sanguinolenta da infâmia de tal pesadelo,...
Afortunei o dia em que a raça humana desejará ser solitário.
Cedo o medo de tornar à cama e roto à minha indigestão psíquica
Para afogar em clorofórmio as insônias desse novelo
E ver que esses campos da agonia nasçam à humanidade pacífica.
CHICO DE ARRUDA.