HOSPÍCIO

HOSPÍCIO

A linha tênue do céu e a terra, vaga

N’amplidão azúlea na rogativa do horror

E qual ossatura vil que me estraga

A nervura dessas células abnega seu gestor.

Vejo um mundo de encéfalos em coréia

Uma solidão tumultuosa de medonhas

No prazer inefável de injetar-te peçonhas.

Há um eco de vaidades, desejosos por platéia

Canibalizam-se num prélio ilógico.

Coalhos é a poção do humano andrológico

Oh! Quantos em hospitais carecem dessas doações

Os espirros de vida respiram infecções...

E os elipsoidais são cegados pela abastança

Pelo poder de ser o melhor dentre tua semelhança.

Soerguera tal qual mal nos pesos dos espaços

De uma gravidade que levita seus pedaços

Cacos de uma fulgência azeda à cultura

E inda que meus passos sejam tortos

Jamais caminharam por entre os mortos!

O solo não terá o privilegio da minha gordura.

Fronteais às bênçãos de tuas chagas

No nefasto amor por tuas pragas,...

Veras tuas auroras em caldos!

Nos espasmos amarílicos de uma tez em favos.

Estorço o suor de minhas túnicas rotas

Nos dedos que tentam escrever com voz

Nas ondas cerebrais que se esvai em gotas

Nas mãos que tremem pelo futuro feroz,...

Por um consenso de sentimentos sintéticos

Que anabolizam no estrume de caráteres estéticos

Esquece-se que um dia o hospício dessa estrutura

É fadada a sorrir travo, na cal da sepultura.

O ignoto que aqui vomita esses desprazimentos

É um alienígena, alquímico de órgãos nojentos

De substâncias em agruras com nossos intentos

E é cônscio que nossa propagação, implora bons fermentos.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 25/06/2012
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T3744427
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