HOSPÍCIO
HOSPÍCIO
A linha tênue do céu e a terra, vaga
N’amplidão azúlea na rogativa do horror
E qual ossatura vil que me estraga
A nervura dessas células abnega seu gestor.
Vejo um mundo de encéfalos em coréia
Uma solidão tumultuosa de medonhas
No prazer inefável de injetar-te peçonhas.
Há um eco de vaidades, desejosos por platéia
Canibalizam-se num prélio ilógico.
Coalhos é a poção do humano andrológico
Oh! Quantos em hospitais carecem dessas doações
Os espirros de vida respiram infecções...
E os elipsoidais são cegados pela abastança
Pelo poder de ser o melhor dentre tua semelhança.
Soerguera tal qual mal nos pesos dos espaços
De uma gravidade que levita seus pedaços
Cacos de uma fulgência azeda à cultura
E inda que meus passos sejam tortos
Jamais caminharam por entre os mortos!
O solo não terá o privilegio da minha gordura.
Fronteais às bênçãos de tuas chagas
No nefasto amor por tuas pragas,...
Veras tuas auroras em caldos!
Nos espasmos amarílicos de uma tez em favos.
Estorço o suor de minhas túnicas rotas
Nos dedos que tentam escrever com voz
Nas ondas cerebrais que se esvai em gotas
Nas mãos que tremem pelo futuro feroz,...
Por um consenso de sentimentos sintéticos
Que anabolizam no estrume de caráteres estéticos
Esquece-se que um dia o hospício dessa estrutura
É fadada a sorrir travo, na cal da sepultura.
O ignoto que aqui vomita esses desprazimentos
É um alienígena, alquímico de órgãos nojentos
De substâncias em agruras com nossos intentos
E é cônscio que nossa propagação, implora bons fermentos.
CHICO DE ARRUDA.