BALADA DA VIDA

BALADA DA VIDA

Vinde oh filha do sangue ignoto!

Flua dos calhandros de abismos siderais

Rasteje sua sina, pelos cosmos, assassina

Exclame insânias da fétida boca-esgoto

Faça a marulhada em nossas substâncias desleais

Vê-te, vórtice de desconsiderações

E cuspa vilanaz em suas concepções.

Gefíreos, rotíferos, briozoários, braquiópodes,...

Hei-nos,... Teus descendentes!

Subnutridos da vacante humanidade

Exterminadores de tudo que é frutescente

Finde com esse subdelírio insolente

Vomite desdenhas em nossa imaturidade

E seja o sicário do arrogante inteligente...

... Ser acefalópode, deus dos esquizóides.

O universo está em constante antropofagia

E ninguém tem comiseração da natureza?!

Nascem, vivem e morrem na antropolatria

E a deificação,... Só traz crueza.

Dessa galáxia, somos todos os espúrios

A vida da não-vida nos suicida...

E o eloqüente canta sonâmbulos versos exuberantes

Afoga-se em seus augúrios...

É desimportante qualquer medida

Pois seu cérebro infla-se em juízos repugnantes.

Quem não abre mão do submundo dos confortos

Consome-se na ambigüidade de seus abortos.

Oh filho antrópico da filha enigma!

Padece com as incertezas da imortalidade

Cria mundos imagéticos para tua salvação

Mas de tua existência não fez bom paradigma

Enlameou-se e definha na preposteridade

Narcisista tu és! Vá-te vulto da vil sedução...

Interrogue-se no porquê de subsistir

E verás que muito temos que construir.

A vida só é paciente com a morte

Somos nós os consortes de sermos seus pacientes.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 19/06/2012
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T3733532
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