SOLITÁRIO FIM

SOLITÁRIO FIM

Inda que essa ossatura resista

E o carnívoro verme persista

E que a voz dos meus augúrios sandeus

Cantem em cosmos pintados de breus...

Sou restos diluídos na terra.

Tecidos mal tecido em esculturas cruéis

Multiplicidade de agonias no bozerra

E a nervura reza,... A reza dos infiéis.

E não há quês por resolver

Quando toda vil carne dissolver.

Suportar as litanias profanas

De uma raça doidivanas,...

Que lacrimeja nos abraços da vida mesquinha

A perecibilidade da nula imortalidade.

Vá majestade parasita daninha!

Viva na animalidade da mortinatalidade...

Morra no seu céu sublício!

És tu uma xantofila na fruta desgraçada

Que serena a vaidade com a boca envenenada

E tua mente, mente para o teu suplício.

Quero um fim solitário e ignorado

Sem poema humanitário e adequado

Se fui um mosqueiro de letras indecentes

Porque a hipocrisia dos choros dos excelentes?!

Enxuga o teu orgulho aziago

Nas fezes do teu mundo mago

Enluta a existência do teu fetiche

Nas veias sanguinolentas de piche...

Na cicuta que implora teu indício

E na vida que é teu precipício.

Serei soterrado em outros cosmos postiço

E hibernarei na morte de todo feitiço.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 05/06/2012
Reeditado em 21/07/2012
Código do texto: T3707873
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