SOLITÁRIO FIM
SOLITÁRIO FIM
Inda que essa ossatura resista
E o carnívoro verme persista
E que a voz dos meus augúrios sandeus
Cantem em cosmos pintados de breus...
Sou restos diluídos na terra.
Tecidos mal tecido em esculturas cruéis
Multiplicidade de agonias no bozerra
E a nervura reza,... A reza dos infiéis.
E não há quês por resolver
Quando toda vil carne dissolver.
Suportar as litanias profanas
De uma raça doidivanas,...
Que lacrimeja nos abraços da vida mesquinha
A perecibilidade da nula imortalidade.
Vá majestade parasita daninha!
Viva na animalidade da mortinatalidade...
Morra no seu céu sublício!
És tu uma xantofila na fruta desgraçada
Que serena a vaidade com a boca envenenada
E tua mente, mente para o teu suplício.
Quero um fim solitário e ignorado
Sem poema humanitário e adequado
Se fui um mosqueiro de letras indecentes
Porque a hipocrisia dos choros dos excelentes?!
Enxuga o teu orgulho aziago
Nas fezes do teu mundo mago
Enluta a existência do teu fetiche
Nas veias sanguinolentas de piche...
Na cicuta que implora teu indício
E na vida que é teu precipício.
Serei soterrado em outros cosmos postiço
E hibernarei na morte de todo feitiço.
CHICO DE ARRUDA.