noturnos dias

Os dias que cometemos alguns,

Atos bem grosseiros, incomuns;

Desses que, se conhecidos uns,

Dão ocasião pra muitos zunzuns...

É quando a desordem governa,

Sangram os atos, ferida interna;

Quando o barco do siso aderna,

E descemos sem guia à caverna...

Experiência sucumbe à trapaça,

Amargo sumo enche nossa taça,

Rebuscamos as misérias da raça,

E o lixeiro das almas, não passa...

Dias que o anjo mau tá eufórico,

pichamos todo o carro alegórico,

Bebemos do veneno pandórico,

E não deletamos esse histórico...

O vício agradece esses amoites,

Os cantos escuros dando acoites

remorso prepara novos açoites,

tem alguns dias, que são noites...