Proteus
Forma de várias formas,
Faz-se a partir do que desfaz,
Emoldurando a história,
Simular tudo, lhe apraz.
Olhos que captam,
Buscando motivos,
Realidades despedaçam,
Faz da mutação um ciclo.
Perseguindo a estética alheia,
Não possuindo uma própria,
Diluindo feito castelo de areia,
Vivendo sempre em reduzidas cotas.
Manobrando esculturas,
Artista do movimento,
Criando uma cultura,
Feita rompimentos.
Emulando a vida,
Criando um virtualismo,
Que é um novo anima,
Uma tragédia de parasitismo.
Ora aqui, ora ali,
Efêmero misantropo,
Fazendo emergir,
A natureza de um louco.
Totem sempre se sobrepondo,
Uma estrutura que não para de construir,
Uma linha de vários pontos,
Indo ao infinito enquanto puder iludir.
Mescla de algo indefinido,
Apesar de definir-se mutável,
Raptor de sutis sentidos,
Sua opção é ser instável.
Camuflando-se com capas de outrem,
Produzindo personas travestidas,
Fragilizando a imagem dos que corrompe,
Um espelho de Górgonas malditas.
Mágico que com truques simula,
As vítimas caem na armadilha,
Serão presas consideradas nuas,
Enredadas na teia de mentiras.