Houve um prenúncio de chuva fina
Do tipo que prejudica
Que por dentro mui calada fica
Triste mortalha...
Que trava dentro do ser inerte,silente batalha
Fio de navalha...
Sem bacamartes nem canhões
Sem sons alarmantes de trovões
Das que abrigam imensas solidões
Veio este prenúncio de frio
O que garoou meu pensamento desprevenido
O que retardou meu movimento já tão contido
Veio uma nuvem estranha
O que tragou meu olho com força tamanha
O que remeteu minha mente ao princípio...
E antes dos meus olhos ameaçarem chover
Fechei todas as fechaduras
Selei todas os equívocos e aberturas
Espreitei meu vício
Olvidei o início...
E ri o riso dos mais tristes seres
Ri um riso sem prazeres
Abri um demente e sóbrio sorriso
Sem nenhum aparente motivo
A não ser a insanidade de se abster
De feliz querer parecer