OS SONS DA NOITE

OS SONS DA NOITE

Deito-me, procaz do meu sofá de esqueléticas molas

Vejo a televisão sem ouvir,... E o pensamento

... Vadia na algibeira de uma mente incaica.

O sono noturno é-me um mensageiro canibalesco

Açoita-me com petardos e metralhas hidrofóbicos...

Os vermes e a caniana, passeiam pela sala

Abro a janela e vejo um céu de parablastos

O cérebro humano tem seus próprios pesadumes.

Passo noites escuras em plena claridade

Ancilário das minhas loucuras sou um cão das estrelas...

Que ouve os sons da noite na engenharia de uma peçonha

Que é só minha! Imaginária diáboa.

Tanjo ares neurais com sonhos despertos

Desfilo pela casa em sonambúlicos pesadelos

Passo o café e fumo meu cigarro aferroador.

Nas vozes afora, floram os duelos animalicidas

São tantos os grunhidos portadores do terror

Que mais me amedronto com a insônia dos meus sons.

O dia vem-me morfético e o meu corpo sorri

Alegra-se com a iminência de um novo sol,...

Suntuoso e portador de promissora rotina.

Láudano, descabaço meu cérebro para o sono diurno

E durmo mudo dos meus sons profanos

Dos meus fantasmas que, gostando ou não,...

São as más companhias boas,... Que me invadem n’outras cosmogonias.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 30/03/2012
Código do texto: T3585440
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