.x.|. InuManO - VeRSoS De[MenTeS] - IV .|.x.
Posso sentir
Um langor interno
Queimando a rememorar
Mi'a imperfeição fatal...
Posso deixar passar,
Posso deixar entrar...
Mas, o coração renega
Enquanto a alma s'entrega
Numa espiral de prostração...
Posso sair gritando
Negando esta situação;
Posso cortar os pulsos,
Impedir o impulso
Desta forte confusão.
Mas, tenho fantasmas a sangrar
Nestes olhos febris por amor...
Tenho corvos a grasnar
Nestes ouvidos tristes de dor...
Suporto demônios nos ombros
A sussurrar meus negros escombros
Em cada poema a compor...
SouL de átomos agitados
E seriamente desmaiados
Para o mundo exterior...
E ainda que devorada
E digerida no estômago 'vida'
Estou estas partículas
Diminutas e tão reclusas,
Confusas e mal deglutidas,
Raspando na goela da existência...
Criando um nó de resistência
A tudo o que se pode aspirar...
E é tudo tão rápido e insano
Como meu último verso a somar:
Me fiz átomo infeliz... inumano...
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