Aliança
Um anel apenas permanece,
somente a aliança enferrujada,
amarelada pelo reflexo do sol,
entorpecente pelas lembranças.
Cala um último suspiro,
entrecortado pela fúria,
de lembrar de um amor que se despede...
um amor que se despede é dor injusta!
Uma aliança patética num dedo áspero,
espelho de serviço manual pesado...
espelho de sonho e ódio,
desilusão... primórdio!
A outra deve vagar pelo meio,
não no meio da alma, no meio-fio,
junto aos detritos largados ao léu,
onde os sentimentos são frios...
E esta absorta aliança,
nem mesmo consegue sair daqui!
Irradia para mim um amor profano,
de solidão, amargor, por fim!