CAVERNA VAZIA

CAVERNA VAZIA

O túmulo está vago, a alma vaga,... E o defunto?

Porque não fedeu? Vem-me a sagaz crueza...

De crer que ao padecer sobe todo o conjunto

Mentira! Miserável conceito me causa estranheza...

Então, fora com as necrópoles! Espaço irracional

Constituem macabras metrópoles. Vida na horizontal.

Fazem-me pensar, pensamentos maledicentes...

E subestimam os homos sapiens inteligentes.

Quero ver o cadáver desse vosso messias

E não me ultrajem com as suas teopsias

Teorias sem provas aniquilaram inocentes

Engrandecendo todas as moléstias evidentes.

No escrito corrompido enraizou o imprescindível

A profissão da fé, onde toda benção é vendível.

Até o sicário benze-se para pedir proteção

Para obter êxito na execução.

Leio e releio, e observo equívocos crassos

Desde os primórdios de patriarcas devassos.

Tanto consentimento para o alienamento.

Não há virgem que pari,...

E nem morte sem corpo

Isso me é demasiado morbo.

Quiçá seja eu obsoleto como micro organismo

E a hipocrisia não me afeta para angariar freguesia

Mas sem fanatismos, faço-me adepto do pragmatismo.

Cadê tua ossada? Onde foi parar,...

Livre-me dessa cilada! Quem vai lucrar?

Não sou descrente,... E não me curvo ante ao incoerente.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 03/11/2011
Código do texto: T3315948
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