POETA DO CAOS
POETA DO CAOS
Oh! Sinto muita falta de escrever sobre o amor
E, sei que muitos não gostam do que escrevo
Entretanto, é tanta dor,...
Que consolar-me eu não me atrevo.
Morbidamente faço com maestria
O que muitos ignoram por covardia
Alienação ou aceitação pelo exício.
Mas, se profano sou pelo oficio,...
E tramito em mundos vulgares
É por não crer em purificação vinda dos ares.
Pões-te a gralhar com lenidade a divina justiça
Mas a verdade da nossa realidade abraça-nos na preguiça.
Sou toda morte-viva liquefeita
Azinhavre de tudo que é reluzente
Gnaisse, vibrião, óbolo do mal aparente,...
Sou consciente da humanidade imperfeita.
Ah! Luz tépida dessa mente de ameba
Venha hispar com essa necrofilia cerebral que me anoja
Desses brutos amáveis, ilusionistas dessa gleba
É onde o bem ancilóstomo,... E a úsnea má se aloja.
Falam-te de hinos, cânticos e mandamentos
Mas não exercita nenhum desses ensinamentos
Apenas vomita-se da boca pra fora
O teu bom caráter que não te aflora...
Quer que te enxerguem superficialmente
Hipocritamente é um político em sirtes
Desenvolvendo suas varizes contraproducente
E, verme que é, mostra suas defecções em ristes.
Eu, posso ser um infausto de uma tribo lúgubre
Porém, dôo-me por inteiro no que sou.
E qual sáxeo percurso tu animal insalubre
Andejou, fulcro abscôndito do germe que te gerou.
Se me julgas um poeta maldito
Não me afronta, nem me aborrece
Apenas me basta o que por mim esta escrito
E, apena-me a tua vida que não amanhece.
Se não escrevo sobre o amor,...
Não significa que ele jamais me amou.
Nutro uma coisa de maior valor!
É a sensibilidade de uma arte que me armou.
Não sei se é um dom ou que outro mal é
Tão pouco de que fruto caiu do pé
Esse paquiderme, que versa a ralé
Esse sou eu,... O caos que ninguém quer.
CHICO DE ARRUDA.