BRINCAR DE SER HUMANO
BRINCAR DE SER HUMANO
Sinto-me tão diminuto por ser humano.
Uma névoa feral instila meus instintos
Então, rejeito o pergaminho insano,...
Ruminando idéias de juízos sucintos.
Ungiram-me em outro astral em desalinho
E minha mente,... Ulcera seus espinhos.
Quisera eu, ser burro só um bocadinho...
Ir-me-ia envolar em céus de torvelinhos.
Sinto-me tão vergonhoso por ainda ser humano
E é um enleio trágico pelo inferno que me ama
Na frágua do escambo de todo dano.
Almejo ouvir a nênia que ainda não me acama.
O mundo é uma tênia espiral
Amputado de seu halo gravitacional,...
Logo, as mazelas siderais são-nos absorvidas...
E o albor nos desperta homicidas.
Não sou suicida! Mas sou humano.
Assassino meu eu colmado de feridas
Precipício de dores tão queridas
De uma espécie serviçal do seu engano.
Em meio à fulgência de tanta procela
Vou marulhando o cúmulo da tua parcimônia
Dentro da visão pétrea do túmulo de tua cela
A rutilância tétrica da medusa é tua insônia.
Não quero mais brincar de ser humano!
Quero aliciar meus neurônios
E me exilar nos cosmos pandemônios.
Quisera eu ser um vulto etéreo...
Mas, fizeram-me um caos sidéreo.
Sou humano,... E porque não me esgano?
CHICO DE ARRUDA.