BRINCAR DE SER HUMANO

BRINCAR DE SER HUMANO

Sinto-me tão diminuto por ser humano.

Uma névoa feral instila meus instintos

Então, rejeito o pergaminho insano,...

Ruminando idéias de juízos sucintos.

Ungiram-me em outro astral em desalinho

E minha mente,... Ulcera seus espinhos.

Quisera eu, ser burro só um bocadinho...

Ir-me-ia envolar em céus de torvelinhos.

Sinto-me tão vergonhoso por ainda ser humano

E é um enleio trágico pelo inferno que me ama

Na frágua do escambo de todo dano.

Almejo ouvir a nênia que ainda não me acama.

O mundo é uma tênia espiral

Amputado de seu halo gravitacional,...

Logo, as mazelas siderais são-nos absorvidas...

E o albor nos desperta homicidas.

Não sou suicida! Mas sou humano.

Assassino meu eu colmado de feridas

Precipício de dores tão queridas

De uma espécie serviçal do seu engano.

Em meio à fulgência de tanta procela

Vou marulhando o cúmulo da tua parcimônia

Dentro da visão pétrea do túmulo de tua cela

A rutilância tétrica da medusa é tua insônia.

Não quero mais brincar de ser humano!

Quero aliciar meus neurônios

E me exilar nos cosmos pandemônios.

Quisera eu ser um vulto etéreo...

Mas, fizeram-me um caos sidéreo.

Sou humano,... E porque não me esgano?

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 25/10/2011
Código do texto: T3297930
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