VAMPIRO
VAMPIRO
O notívago vento glacial açoita a face lívida
O bafo gélido rompe o silente da aurora letal
E a figura sombria desvalida surge vívida,...
Trás contigo a sede pelo sangue que lhe é vital.
Seus globos mortiços orbitam buscando sua presa
E na destreza dos seus movimentos, ataca de surpresa.
Insere presas afiadíssimas na jugular do infeliz
Sugando o néctar que jaz em febril ebulição na raiz.
Seres da noite, mortos que vivem dos vivos descrentes
Anjos malditos, diaristas residentes do caixão
Soturnos das sombras amaldiçoados sem compaixão
Toda forma de luz são-lhes repelentes.
O enxofre e a tua falta d’alma estão no teu sacrário
Infernizando tua vida de solitário,...
E te distinguindo da pureza do amor.
Em trevas iluminadas rastejam na terra
Em mundos por nós desconhecidos progridem
Mas, é infecundo,... Tua cria não procria.
A estaca no peito, tua vil existência se encerra
A poeira e ao pó te regridem,...
E o conjunto macabro vira porcaria.
No teu pélago de dor
Há os teus irmãos caminhando inconhos
... Êxules sépticos sem cor.
CHICO DE ARRUDA.