APOCALIPSE
APOCALIPSE
D’um cerúleo cosmo as vascas do martírio
Vieram em lanças flamantes.
Abruptamente o céu afogueava
Ouviam-se risos de delírio...
Deboches chocantes,...
E toda forma de morte se anunciava.
A fúria do mar fluiu
O solo ganiu
A parcimônia sumiu
E o medo anuiu.
O verme que te cuspiu?
A grã Terra pariu.
O dolo do terráqueo emergiu
Até o cristo fugiu!!!
A peste d’amor veio mudar este mundo de terror
O que havia de inumano acabou se propagando.
Fantasmas incolores obsediaram os sedutores
Os Reis sibaritas,... Rastejam-se quais parasitas.
A arma nuclear não eliminava o fado do extermínio
O sangue flutuava no ar
Vertia sem domínio.
As insignes potências saíram da sua alcova cetínea
Interrogavam suas más tendências
E abandonaram sua prole consangüínea.
A besta penada voava e espalhava seus malefícios
Carpiam a estrela desgrenhada
Engrossando seus resquícios.
Os templos foram os primeiros alvos
Incitavam uma fé com barganha
Apresentaram-lhes sua sanha,...
Nem seus demônios estavam salvos.
O planeta partiu-se ao meio, literalmente.
Navegava nas profundezas escuras, morosamente.
A gravidade ofegava sem órbita
E seu rumo, era uma incógnita.
Todo o lodo da verdade mentirosa transpareceu
A vida não mais é tão maravilhosa como aprendeu
A terra prometida se fendeu
Nova ordem será reescrita
Numa lei menos maldita,...
Renascerá de um resto eremita.
Não há fim dos tempos
Mas sim,...
Fim de um tempo.
Viveremos n’outro espaço-tempo
Mas, não mais,... Como passatempo.
CHICO DE ARRUDA.