Praga
Estás tão distante de mim, oh querida.
Creditei todos meus planos sobre ti,
Esse houvera sido o maior dos meus erros,
Entretanto esse é meu infiel destino,
Passar tanto tempo acorrentado ao mesmo tempo...
Enquanto ainda esvaeço... Lentamente,
É tudo o que sobrou desta velha carcaça, meu amor...
Quisera eu ter nascido de novo, talvez das cinzas,
Talvez do meu próprio pranto, és tu oh benigna criatura.
Transformaste, a mim, num pequenino corvacho,
Fez-me corvejar-te, até que minha alma sugara.
Creditou-me vossa dor, a vossa dor que não é dor, mas que ainda sentes...
Escorraçando e "Vilaneando"-me,
Transformando-me numa besta indomada, essa que me recusara tanto tempo em transformar-me.
Infliges-me a maldita praga, essa praga que não é praga, e os demais chamam de amor...
Escarras sobre minha face, a vil verdade de que jamais poderás retribuir a mim,
Tudo o que aquela viscera, que pulsa e cultiva essa mesma praga, tentou dar-te por tanto tempo,
E perante o portal, temi ver a cadavérica face da caveira,
Aquela que de braços abertos um dia veio me receber,
Mas hoje já não a temo, pois tiveras feito um ótimo trabalho,
Que me fizeste acreditar, que viver ainda é a pior opção.
Coagulaste meu sangue em velhas mágoas...
Remodelastes meu intelecto na ficção embrionária...
Transformaste-me num tolo que seguiria cegamente tuas ordens.
Crucificaste-me como um mártir desesperado, com minhas lágrimas que por outro lado,
Levar-me-iam a sofrer...
Cansastes meu intelecto com tua indecisão...
E quando finamente chegastes a uma conclusão
Estourastes minha cabeça com tuas respostas...
E o que mais me faz sentir isso,
É saber que a dor que mais dói não é aquela que você sabe que vai sentir;
É aquela que você sente sem saber e que dói apenas por doer...